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A juta (Corchorus capsularis) é uma fibra têxtil vegetal que provém da família Tilioideae. Esta erva lenhosa alcança uma altura de 3 a 4 metros e o seu talo tem uma grossura de aproximadamente 20 mm, crescendo em climas úmidos e tropicais. A época de semear varia, segundo a natureza e o clima.
As plantas florescem quatro a cinco meses depois de plantadas as sementes de juta na camada da terra é inteiramente regada até surgir os primeiros brotos, depois de semeadas e inicia-se imediatamente a colheita. A fibra útil é contida entre a casca e o talo interno e a extração é feita pelo processo da maceração. As árvores cortadas rente ao solo por meio de foices, são limpas das folhas, postas em feixes dentro da água corrente ou parada.
A alta temperatura das regiões nas quais é cultivada favorece a fermentação e desta forma consegue-se a maceração em 8 a dez dias, permitindo assim a fácil retirada da casca da planta e separação da fibra da parte lenhosa do talo. Enxagua-se e empacota-se.
As melhores qualidades de juta distinguem-se pela robustez das fibras e pela cor branca e brilhante do talo; as qualidades inferiores distinguem-se pela cor dos talos, que são mais escuros, pelo menor comprimento das fibras, de cor mais acinzentada, ao par de terem menor resistência.
O comprimento das células elementares da juta é em média de 0,80 mm, e o diâmetro varia de 0,01 a 0,03 mm.
Analisadas as fibras da juta tem-se: celulose (64,10%), substâncias incrustantes (24,06%), água (9,72%), extrato aquoso (1,06%), cinzas (0,70%), gorduras cerosas (0,36%). Dada a proporção centesimal das substâncias orgânicas da juta tem-se: oxigênio (47,60%), carbono (46,30%) e Hidrogênio (6,10%)
Como pode*se ver pela análise da juta, o seu principal componente é a celulose, sob a forma de linho-celulose. A juta tem boa afinidade para corantes diretos e para corantes básicos. É muito higroscópica, regulando a umidade em 12%, o que a torna a matéria prima ideal para a sacaria, evitando tanto o ressecamento quanto a fermentação do produto acondicionado. Geralmente é fiada em fios grossos ou de tamanho médio e, com eles, são tecidos sacos, embalagens, correias e cordéis. Utiliza-se também em tapetes e tecidos para carpetes e linóleo.
É uma cultura fácil, acompanhada de uma maceração trabalhosa e de pouco rendimento, sem a utilização de agrotóxicos ou fertilizantes.
Até os anos 30 o Brasil dependia exclusivamente da juta importada da Índia. Introduzida no Brasil por Ryota Oyama, a cultura foi feita inicialmente por imigrantes japoneses, que criaram a variedade denominada “Oyama”, tendo sido difundida e plantada na região e chegou a representar grande parte da economia da Região Norte do Brasil.
A juta faz parte da cadeia de fibras naturais do Brasil, e está presente na Câmara Setorial de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura, fazendo parte das fibras da Associação Brasileira da Indústria e dos Produtores da Bambu e Fibras Naturais - Abrafibras.